quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Arroz: saúde e energia

Fonte: Vida Natural & Equilíbrio


Mais disposição, controle do colesterol, prevenção de doenças cardiovasculares e combate à diabete são apenas alguns dos benefícios que o grão proporciona 


O grão tem presença marcante no prato do brasileiro desde os tempos coloniais. Herança da Ásia Central e conhecido pelo paladar dos cinco continentes, chegou ao Brasil por meio dos portugueses no século 16 e, a partir daí, virou marca registrada do nosso cardápio. Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) indicam que, atualmente, consumimos uma média de 74 a 76 quilos de arroz por ano.


Excelente fonte de carboidratos complexos, vitaminas e minerais, o alimento possui uma série de benefícios que podem ser mais acentuados de acordo com cada tipo do grão. Aliás, já fica a dica: o arroz polido, aquele que comemos no dia a dia, é o que possui menor quantidade de nutrientes, sendo mais vantajoso dar preferência a outras opções, como o integral. Vamos aos benefícios?


Mais potência ao organismo
Essa é a principal contribuição do arroz tradicional. "Noventa por cento dele é amido", afirma a nutricionista Julie Calixto Lobo, doutoranda em Ciências pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Esse tipo de carboidrato confere ao organismo a força que ele precisa para funcionar regularmente. Como resultado, temos mais disposição para realizar as tarefas do cotidiano. "O arroz representa, segundo a Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), 27% da necessidade de energia diária e 20% das necessidades de proteínas", conta a nutricionista Maria Gorete Aiello, da Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), em São Paulo.

Os tipos integral, preto e parboilizado contêm metionina, substância que contribui para o bom funcionamento da memória

Aminoácidos essenciais
Falando em proteínas, elas estão mais presentes nos tipos integral, preto e parboilizado, que não passaram pelo processo de polimento igual ao tradicional. Os aminoácidos do arroz (estruturas da proteína) podem ser considerados melhores que os encontrados no trigo ou no milho. "Eles contribuem para a regeneração dos tecidos e para a produção de hormônios, entre outros fatores", destaca a nutricionista Ruth Yamada, do Centro Universitário São Camilo, na capital paulista. Outro bom exemplo é o aminoácido metionina, que contribui para o bom funcionamento das células nervosas e da memória.


Arroz integral: contra diabete
Como todo alimento integral, o consumo de arroz não refinado ajuda a diminuir a incidência de doenças crônicas e a controlar o nível glicêmico, por conta da grande quantidade de fibras. "A absorção de glicose pode ser retardada pela alta ingestão de fibras", conta a nutricionista Ruth Yamada. O consumo delas também está relacionado à redução na pressão arterial e ao equilíbrio de colesterol total, fatores que contribuem para prevenir doenças cardiovasculares e desenvolvimento de câncer.

Todos esses benefícios são pelo fato de as fibras regularem o trânsito intestinal, impedindo que substâncias tóxicas sejam armazenadas no organismo. Há, ainda, um estudo feito pela Universidade de Temple, nos Estados Unidos, indicando que a camada rica em fibras que envolve o arroz integral pode inibir a angiotensina II, uma proteína relacionada ao desenvolvimento de pressão alta e do enrijecimento das artérias (aterosclerose). 



Coquetel de vitaminas e minerais
Prepare-se para a enxurrada de nutrientes. O arroz pode apresentar em sua composição diversas vitaminas: A (boa para a visão), B1 (atua nos músculos), B2 (contribui para o transporte de oxigênio no organismo), B6 (atua no metabolismo de aminoácidos), B12 (ajuda na formação dos glóbulos sanguíneos), C e E (poderosas antioxidantes) e K (participa na coagulação sanguínea). E tem mais: Ruth Yamada ainda enfatiza a niacina (B3), presente principalmente no grão integral. "Ela tem a função de evitar a insônia e ajudar na perda de peso", explica.

Quanto aos minerais, eles se apresentam em maior concentração nas camadas externas do grão. Por isso, quanto menos polido o arroz for, maior a quantidade desses componentes. O preto, o parboilizado e o integral são os que possuem mais potássio, mineral que previne intestino preso, fraqueza muscular e também ajuda na manutenção dos batimentos cardíacos.

Além disso, o alimento é fonte considerável de fósforo, magnésio, cálcio e zinco. E aí vem a relação com o silício, rico na casca do grão. "É um mineral que participa na formação dos ossos e na prevenção da osteoporose, justamente por facilitar a fixação do cálcio, do fósforo e do magnésio", esclarece Julie Calixto.

Estudos têm demonstrado que a levedura de arroz vermelho reduz os níveis de colesterol ruim, o LDL

Arroz vermelho: controle do colesterol 
O óleo do farelo de arroz já tem o benefício de aumentar o HDL, o bom colesterol, no organismo. O que estudos também têm apontado é outra versão do alimento que é autoridade nesse assunto: o fermento de arroz vermelho.

Segundo Maria Gorete, o uso dessa levedura vem da China, há mais de mil anos, sendo utilizada para fins terapêuticos. "Desde a década de 1970 têm aumentado as evidências de sua ação na redução dos níveis de colesterol, podendo ser uma saída para as pessoas que precisam controlar essas taxas, mas que não toleram os efeitos colaterais das estatinas, drogas utilizadas para o tratamento", esclarece a professora da FMU.

Uma das pesquisas que comprovam tal efeito foi realizada por uma equipe do Chestnut Hill Hospital, nos Estados Unidos. Os pacientes que receberam um composto de levedura vermelha apresentaram uma redução maior nos níveis do colesterol LDL, o mau colesterol, em relação àqueles que foram tratados à base de placebo. A explicação é que a composição natural desse fermento possui monacolina K, um composto também conhecido como lovastatina, que é redutor de colesterol.






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