segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Na casca do maracujá!


Lá está a pectina, substância capaz de controlar os níveis de glicose, diminuir o colesterol e aquelas gordurinhas que teimam em alargar sua cintura


Fonte: Revista Vida Natural e Equilíbrio


A casca de alguns alimentos carrega propriedades tão benéficas à saúde quanto o conteúdo da polpa. Certo, e o maracujá é um deles. Saiba que essa camada, geralmente descartada, possui (pasme!) a maior concentração de pectina da natureza, um tipo de fibra solúvel que se transforma em uma espécie de gel dentro do estômago, com o poder de equilibrar a absorção de açúcar, colesterol e gorduras. De acordo com a nutricionista Marcella Pepe, da Clínica Sodré, durante o trajeto entre a boca e o intestino, a substância leva consigo não apenas a glicose, mas também o colesterol dos alimentos, até eliminá-los no bolo fecal. "Ela diminui a velocidade da entrada do açúcar no sangue, evitando os picos de insulina. Isso ajuda a manter os níveis de glicose controlados", explica a especialista.
Além disso, como não é ingerida pelo organismo, a pectina também é eficiente para a perda de peso, pois desacelera a absorção dos carboidratos e provoca a sensação de saciedade.

Barriguinha na mira 
Presente em grande quantidade na parte branca da casca do maracujá, esse tipo de fibra é apontado como um dos melhores bloqueadores de gordura. Um estudo elaborado por pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) revelou que o consumo diário da farinha diminuiu as taxas de LDL (colesterol ruim) e o peso das participantes. De acordo com a pesquisa, algumas chegaram a perder até oito quilos!
"Esse trabalho nos deixa otimista, mas é bom lembrar que a ingestão do alimento deve estar associada a uma dieta equilibrada, com pouca gordura e calorias, e prática de atividades físicas", lembra Glaucia Padovan, nutricionista da rede Mundo Verde.


Xô, toxinas! 
Mais uma boa notícia para quem se animou com a farinha de maracujá: ela livra o organismo de toxinas que podem prejudicar as funções dos órgãos e desequilibrar o metabolismo - o que pode desagradar quem briga com a balança. "Para aproveitar esse efeito da fibra e facilitar a ação desintoxicante, é preciso beber muita água - pelo menos dois litros por dia", ressalta Marcella.
Aliás, para sentir os efeitos do nutriente você deve consumi-lo todos os dias. Glaucia recomenda de duas a três colheres da farinha, preferencialmente meia hora antes das refeições principais, misturando o pó a um copo d'água. "É a melhor maneira de aproveitar os benefícios da fibra", garante. No entanto, nada impede de usar a criatividade e tornar a presença da pectina no cardápio mais atrativa - até porque o sabor do pozinho não é dos mais apetitosos. Ela pode ser adicionada em sucos, vitaminas, sopas, saladas e até sobre o feijão, como se fosse farinha de rosca ou de trigo.

Resposta adversa
Você já sabe: tudo em excesso faz mal. Ainda não existem comprovações científicas sobre os efeitos colaterais da farinha feita com a fruta, mas os especialistas alertam que altas quantidades podem causar diarréia e perda de outros nutrientes.
O Food and Agriculture Organization (FAO), órgão das Nações Unidas para a agricultura e alimentação, indica a ingestão diária de 30 gramas de fibras por dia. Uma colher de sopa de farinha contabiliza 3,5 gramas, ou seja, fica longe desse limite. Como grãos, frutas, hortaliças e tubérculos estão cheios de fibras, ao longo do dia é moleza nutrir o corpo com essa substância.

Onde tem pectina
O nutriente está em todas as frutas, especialmente nas cítricas. Além da casca do maracujá, os alimentos mais ricos no composto são a maçã, a pêra, a laranja, o limão e o pêssego. Mas por que, então, a tal farinha ganhou tanta fama? É porque nas outras frutas a pectina fica concentrada na polpa, cheia de açúcar, o que não é interessante para os diabéticos.
E não pára por aí. "A farinha pura tem conteúdo calórico baixo", ressalta o clínico geral Alex Botsaris, especialista em plantas medicinais e autor do livro Fórmulas Mágicas (Editora Nova Era, 784 páginas). Cada 10 gramas da farinha (ou uma colher de sopa) têm apenas 47 calorias.


O que mais tem na casca
Conheça as outras maravilhas que a casca de maracujá faz para seu corpo

Cálcio: favorece a contração muscular e fortalece dentes e ossos.
Ferro: afasta a anemia e dá aquele pique!
Fósforo: ativa a memória, a oxigenação das células e a circulação do sangue.
Vitamina B3: atua na produção de hormônios, melhora o humor, ajuda no crescimento das crianças e protege a parede do estômago.

Faça você mesmo!
Veja como é simples e rápido ter farinha de maracujá caseira e fresquinha
1. Escolha seis maracujás firmes e sem rugas. Lave bem as frutas em uma mistura de água com bicarbonato de sódio (1 colher de sopa por litro) ou vinagre. Volte a passá-los em água corrente.
2. Retire a polpa (guarde para fazer suco) e corte a casca ao meio, em tirinhas.
3. Coloque os pedaços da casca em uma assadeira em forno médio por cerca de 30 minutos - ou até que fiquem sequinhas -, mexendo de vez em quando. Espere esfriar.
4. Depois que a casca estiver torrada, bata-a no liquidificador (ou passe no processador) até obter uma farinha. Se restarem grumos, peneire o pó.
5. Guarde a farinha em um recipiente limpo e tampado em local livre de umidade.

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