quarta-feira, 22 de maio de 2013

Os benefícios da cafeína

Fonte: revista Viva Saúde


O consumo do cafeína vai muito além do cafezinho pela manhã. Descubra mais benefícios para o organismo



A cafeína ajuda a diminuir o cansaço, a sonolência, melhora o estado de alerta, a concentração
e a coordenação motora.
Foto: Danilo Tanaka

Quem resiste a uma boa xícara de café? Ok, muita gente resiste e há até mesmo quem não goste do líquido quente com cheiro único. O sucesso da bebida pode ser atribuído a vários motivos: o aroma, osabor, ser quentinha... Mas boa parte do que ela traz de bom – e até de mau – vem da cafeína. Os benefícios de consumir a bebida são principalmente relacionados a um ganho de energia e melhora no estado de alerta. “A cafeína, consumida em doses baixas a moderadas, provoca uma melhora no processo cognitivo e psicomotor”, diz a nutricionista Roseli Rossi, da Clínica Equilíbrio Nutricional (SP). “Aindadiminui o cansaço, a sonolência melhora o estado de alertaaudiçãovisãoconcentração e coordenação motora”, completa ela. A ação principal da cafeína é no cérebro. O formato da molécula da cafeína é muito parecido com o de um neurotransmissor chamado adenosina. Um dos papéis da adenosina no corpo é fazer a pessoa “baixar a bola”. Isso significa que ficamos mais lentos e também relaxados. A cafeína se liga aos receptores do cérebro onde a adenosina deveria se encaixar – só que não tem o mesmo efeito. Assim, o neurotransmissor não consegue realizar seu trabalho e o corpo fica alerta.

Na medida certa

A quantidade exata de cafeína que é preciso ingerir para começar a sentir os benefícios variam de pessoa para pessoa, depende da massa corporal e do grau de tolerância. Para alguns, basta uma xícara para melhorar os ânimos. O consumo de até cinco xícaras por dia é considerado seguro para a maioria das pessoas. Demora menos de uma hora para que o efeito apareça. Em adultos, a sensação de corpo energizado dura pouco mais de quatro horas. Em mulheres que tomam anticoncepcionais orais, aumenta para cerca de cinco horas. Já no caso das grávidas, a cafeína pode agir no organismo pelo tempo de até dez horas e pode atingir o feto. Por isso, gestantes devem pegar leve na bebida


Por que está nos analgésicos

As potencialidades analgésicas da cafeína já vêm sendo exploradas há algum tempo pelos laboratórios. São vários os medicamentos que a colocam como ingrediente em suas formulações. “As fórmulas de muitos comprimidos de venda livre trazem entre 200 e 300 miligramas de cafeína e podem ser tomados a cada três ou quatro horas”, explica a farmacologista Patrícia Medeiros de Souza, da Universidade de Brasília (UnB). “A cafeína é classificada como uma xantina natural, e age inibindo a ação de uma enzima chamada fosfodiesterase, envolvida no processo doloroso. Assim, é necessário um estímulo maior para que a pessoa sinta dor”, completa ela. Os efeitos analgésicos da cafeína são ainda mais intensos quando se trata de dor de cabeça. Isso porque, além da ação sobre a fosfodiesterase, a substância tem também um efeito vasoconstritor.  E, no geral, as cefaleias estão associadas à dilatação dos vasos que ficam ao redor do cérebro. Um estudo realizado pela Diamond Headache Clinic, em Illinois (EUA), demonstrou que a cafeína ajuda a tratar a cefaleia associada à tensão, com resultados ainda melhores se for tomada com ibuprofeno. Das pessoas pesquisadas, 80% das que tomaram a droga associada à cafeína relataram melhora, contra 67% das que tomaram apenas ibuprofeno e 61% das que ingeriram apenas cafeína. “Para que os efeitos da cafeína sejam potencializados, é melhor adicioná-la à fórmula do medicamento, em vez de consumi- la como bebida”, diz Patrícia. Crianças ficam de fora de remédios com essa formulação, principalmente aquelas menores de 2 anos. “O organismo delas ainda não consegue quebrar as moléculas de cafeína que se acumulam no sangue e podem causar convulsões”, explica Patrícia.

Aumento da tolerância

E não é por fazer parte da formulação de um medicamento que a cafeína perde seus efeitos colaterais. Drogas que levam essa substância na fórmula também podem tirar o sono e devem ser evitadas à noite, a menos que estejam associadas a remédios que causem sonolência, como os anti-histamínicos. Ela também pode viciar. Não significa que a pessoa ficará dependente do remédio, mas ocorre um efeito rebote: cada vez será necessário consumir uma dose maior para que seu efeito seja sentido. Mas isso, se o uso for abusivo. O organismo pode tornar-se também tolerante ao consumo da própria bebida. Os novatos podem sentir-se energizados ao tomar apenas uma xícara de café. Com o tempo, serão necessárias duas para provocar o mesmo efeito, e por aí vai. Esse fenômeno, associado ao prazer que a bebida produz por seu sabor, pode criar os viciados em cafezinho. Há pesquisas mostrando que consumir a bebida três vezes por dia durante o mês já é suficiente para que o organismo passe a pedir mais. Portanto, não se deixe levar totalmente pelo poder sedutor do cafezinho. Aqui também vale o alerta: beba com moderação.

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